GENTE QUE FEZ E FAZ A NOSSA
HISTÓRIA
Quem
nunca foi atrás de uma orquestra de frevo ao som de “Cabelo de Fogo”, “É de
Rasgar a Camisa” e “Bala Doida”? O que esses arranjos têm em comum? São de
autoria do vicenciano, José Nunes de Souza, mais conhecido por Maestro Nunes. Ele nasceu em Angélicas, distrito de Vicência, no dia 22 de junho
de 1931.
Com
9 anos, Maestro Nunes já tocava em bandas da cidade. Em 1950, aos 19, foi para
o Recife, onde integrou diversas bandas e estudou no Conservatório Pernambuco
de Música. Muito estudioso o regente aprimorou seus estudos em Teoria Musical,
estudando Canto Gregoriano, Harmonia, Canto-Coral e Regência. Tocando
clarinete, obteve o 1º lugar no Concurso da Banda Municipal do Recife, onde se
tornou membro fundador. Nunes ainda formou-se em música na Universidade Federal
de Pernambuco e regência na Faculdade de Filosofia do Recife.
Ele
era comunista, e fez diversos arranjos para músicas usadas pelo extinto Movimento
de Cultura Popular. Por causa das perseguições da época ditatorial, que Maestro
Nunes deixou o erudito e se dedicou a música popular, ao nosso frevo. Nos anos
áureos do Carnaval recifense, era um compositor menos valorizado pelos “intelectuais”
do gênero, devido a sua música ser de fácil interpretação e elaboração. Mas,
por isso mesmo, suas músicas estavam sempre na memória do povo.
Nos
anos 70, fundou a Escola Musical do Frevo voltada para crianças de comunidades
carentes do Recife. Foi professor de outros nomes consagrados nomes do frevo
pernambucano, como os maestros Spok e Forró. Entre
os anos de 1978 e 1979, gravou o seu primeiro disco. Em 1984, criou a banda de
Frevo do Nordeste.
Em
2007, centenário do frevo, o maestro vicenciano foi o grande homenageado do
Carnaval no Recife. Já em 2009, aos 77 anos, foi à vez de Vicência fazer a
mesma homenagem ao maestro do povo.
Hoje,
aos 83 anos, Maestro Nunes é Patrimônio Vivo de Pernambuco e sua contabilidade chega
perto dos 3 mil frevos compostos.
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