Uma empresa que fornecia carne
com prazo de validade vencido a hospitais e escolas públicas de Pernambuco é o
alvo principal da Operação Comunheiro II, deflagrada na última sexta-feira (21)
pela Polícia Civil de Pernambuco. Ao todo, nove companhias que atuam nos ramos
alimentícios, de material de escritório e de prestação de serviços são
investigadas por lavagem de dinheiro e crimes licitatórios. Em coletiva de
imprensa, os investigadores informaram que teve Medida Cautelar aceita pela
Justiça proibindo as nove empresas de contratar com o Poder Público.
O delegado Izaias Novares
alertou para a existência de vinte caixas de carne estragada fornecidas pela
WJR Comercial e que podem estar em qualquer lugar e pediu atenção a gestores
públicos para que verifiquem todo o material recebido.
Além dela, também estão
envolvidas no esquema a Comercial Ribeiro e Santos; Onix Comércio e
Representações; F. Araújo Distribuidora; Comercial Américo - Produtos
Alimentícios, Higiene e Variedades; Martins e Andrade; WJR Comercial; Neomax
Comércio e Serviços LTDA.; Mega Fácil Empreendimentos LTDA; Nutrinor; Pride
Comércio e Papelaria e Embalagens.
Segundo a Polícia Civil, além
de fornecer carne com prazo de validade vencido a hospitais e escolas públicas
de todo o Estado, "do litoral ao Sertão", as empresas funcionavam
tipo "guarda-chuva", atendendo a todo tipo de serviço.
Sete presos
A Operação Comunheiro II
culminou na prisão de sete pessoas. Foram expedidos oito mandados de prisão
preventiva ou temporária. Desses, sete foram cumpridos. Também foram realizados
26 mandados de busca e apreensão domiciliar e outros 12 de condução coercitiva.
Entre os alvos para prisão
temporária e buscas domiciliares estão Antônio Carlos Barreto, mais conhecido
por Tota Barreto; Danilo Ribeiro dos Santos Ribas; Reinaldo Felix Campos Uchoa Cavalcanti,
ou "Macarrão"; Reginaldo de Almeida Barros Junior (Regis); José
Florêncio da Silva, ou "Pelé"; Vital José Moreira Neto; Itamar Carlos
da Silva; Bruno Santa Rosa; e Marcos Bacelar de Andrade, o Marquinhos. Todos
eles são investigados por crime licitatório, lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
Leia também:
Operação combate lavagem de
dinheiro no Grande Recife e Mata Sul
Operação prende suspeitos de
vender comida vencida a hospitais e escolas de PE
O "Regis" e José
Florêncio da Silva são da WJR, que tem contratos de R$ 38 milhões e é a empresa
responsável pelo fornecimento de 20 caixas de carne podre. A empresa é de São
Lourenço da Mata.
Danilo Ribeiro dos Santos
Ribas está foragido. Ele é sócio da Onix e colocou os pais idosos como sócios
da empresa sem que eles soubessem.
Também estão envolvidas no
esquema três ex-servidoras da Comissão de Licitação da Câmara de Carpina, na
Zona da Mata. São elas: Rúbia Correia de Souza, Karina Alves de Lima e Teresa
Cristina Cavalcanti de Arruda. Elas também estão sendo investigadas por crime
licitatório, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Rúbia, de acordo com
a Polícia Civil, é pessoa de confiança de Tota Barreto e já foi presa.
Com informações de Ulysses
Gadêlha, da Folha de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário