Durou menos de um mês a nova
aventura futebolística de Bruno Fernandes de Souza. Após o goleiro conseguir um
habeas corpus e fazer sua reestreia nos gramados pelo Boa Esporte, no início de
abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou nesta terça-feira a liminar
concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello e, por 3 votos a 1, determinou o
retorno à prisão do atleta, condenado a 22 anos e 3 meses como mandante do
assassinato da modelo Eliza Samudio. A decisão foi tomada depois de um pedido o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que avaliou em um parecer enviado
ao Supremo que Bruno deve ser mantido na cadeia enquanto o Tribunal de Justiça
de Minas Gerais não julgar seu recurso, que tramita há quatro anos.
Segundo Janot, a demora para o
julgamento em definitivo da sentença do goleiro está relacionada a uma
estratégia adotada por sua defesa ao arrastar o processo com a interposição de
diversos recursos. Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, alega que cumpriu os prazos
processuais, atribuindo o atraso ao Ministério Público e à complexidade do
caso, que envolve outros seis réus. Com a revogação do habeas corpus pelo STF,
um novo mandado de prisão contra Bruno deve ser expedido nos próximos dias.
Adolfo diz que o goleiro irá se apresentar à Justiça, embora discorde da
decisão do Supremo. “Não há motivos para prender o Bruno novamente. Ele está
trabalhando de forma honesta, jogando sem problemas e não faz mal a ninguém.
Quando ele estava preso, levaram quatro anos sem analisar o recurso, mas,
depois que foi solto, resolveram acelerar as coisas”, afirma o advogado.
O julgamento do habeas corpus
foi conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelo novo relator do caso,
Alexandre de Moraes, e os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Marco
Aurélio Mello e Rosa Weber. Moraes, Weber e Fux votaram pela derrubada da
liminar, enquanto Mello defendeu sua decisão. Bruno deixou a Associação de
Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), onde cumpria prisão preventiva, em
24 de fevereiro. Duas semanas depois, ele fechou contrato com o Boa Esporte, de
Varginha. Estreou pelo clube no dia 8 de abril, quando cometeu um pênalti no
empate em 1 x 1 contra o Uberaba. Desde então, o goleiro disputou mais quatro
partidas e acumulou quatro gols sofridos na segunda divisão do Campeonato
Mineiro. Antes da soltura, ele havia cumprido apenas seis anos e sete meses de
sua pena. El País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário