A
tristeza tomou conta da torcida argentina em Buenos Aires, neste domingo (13),
após os hermanos perderem a final da Copa do Mundo para a Alemanha. A frase não
serve para ilustrar apenas a situação dos hermanos, na capital argentina, mas
também dos pernambucanos que vivem em Buenos Aires, pequena cidade localizada
na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Empolgados por morarem numa cidade
homônima à capital portenha, os buenairenses armaram toldo, contrataram banda de
forró e torceram, com muito azul e branco, até o último minuto, para o time de
Messi.
Antes
da partida, na praça principal da Buenos Aires, o apoio aos hermanos já era
sentido. "A gente aqui é uma parte Pernambuco e uma parte Argentina. Temos
que apoiar também porque eles são os nossos vizinhos, na América. Já que o
Brasil perdeu, ficamos com a
Argentina", disse Rogério Silva, que com camisa e bandeira entoava
gritos de apoio.
Mesmo
sem apoio de alguns moradores, a festa azul e branca foi garantida. O reduto
argentino fica na casa de Jadiel Silva. Apaixonado pela seleção dos hermanos
desde a Copa de 1986, ele tem camisa, bandeira, casa pintada de azul e sempre
organiza as festas de apoio aos vizinhos. "Eu fui o primeiro a introduzir
essa tradição aqui na cidade. Não é que todo mundo torça para a Argentina aqui.
Mas quem torce, torce de verdade. A brincadeira foi ficando séria e hoje a
gente recebe até gente de outros lugares", disse.
Muitas
das pessoas que foram até a casa de Jadiel vinham de outras cidades, como
Nazaré da Mata e até do Recife. Fabrícia Lopes, auxiliar administrativa que
mora em Paulista, Grande Recife, torce para a seleção azul e branca desde
pequena. Quando soube da farra em Buenos Aires, tratou de fazer a viagem de
mais de 80 km. "Sou Argentina acima de qualquer coisa. Estamos nos
organizando para conhecer a Buenos Aires verdadeira. Enquanto não vou lá, me
contento com a daqui de Pernambuco mesmo", brincou.
Na
cidade, não é só a casa de Jadiel que é envolvida pelo clima. A rivalidade do
futebol na cidade é mesma que a da capital portenha: Boca Juniors e River Plate travam o maior clássico local.
Também existe a "La Bomboniere", uma loja de doce que faz referência
ao estádio mais famoso do país, a La Bombonera. O Riquelme brasileiro também mora
na cidade. Filho de Rinaldo Teixeira, o pequeno de 7 anos chama atenção na
cidade. "Não é nem porque moro aqui, poderia ser em outro lugar, mas
sempre admirei o futebol de lá", disse o pai.
Em
Buenos Aires, também existe um Lionel,
mas não Messi, e sim Melo. "Desde que o Brasil perdeu em 1998 que
resolvi ser Argentina, então fiz a homenagem", esclareceu o pai, Luzinaldo
Melo. Quando o juiz apitou, a tristeza pela derrota se assemalhava à sentida
por todos o brasileiros, no 7x1 contra a Alemanha, na última terça-feira.
"Estamos muito tristes, mas parabéns para a Alemanha. Daqui a quatro anos,
estaremos de novo com a Argentina", contou Jadiel Silva.
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